PERFIL

SOMBRA E ESCURIDÃO A sombra e a escuridão são o desejo e o amor. Amar quem não se deseja Desejar a quem não ama. Amor e sombra Desejo e escuridão. Desejar por pura sombra ou para afastar-se dela Amar para afastar a escuridão ou lançar-me nela. De sombra e escuridão vivem os amores que ocultam O desejo que avulta-se na sombra ama na escuridão. Amor e desejo Escuridão e sombra. Amanhece e tudo volta a ser máquina.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Pérola Azulada.


Já aprendi voar dentro de você
Ancorar no espaço ao sentir cansaço
Osso da jornada

Já aprendi viver como vive nu
Um cacique arara cultivando aurora
Luz de sua tiara

Eu amo você terra minha amada
Minha oca meu iglu, minha casa
Eu amo você pérola azulada conta
No colar de deus, pendurada
A benção minha mãe

Já aprendi nadar em seu mar azul
Adorar água, homem peixe, água
Fonte iluminada

Já aprendi a ser parte de você
Respeitar a vida em sua barriga
Quantos mais vão aprender

Eu amo você...

Terra, terra por mais distante o errante
Navegante quem jamais te esqueceria

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Nem sombra nem escuridão


Nem sombra nem escuridão

Jamais aprecemos as coisas...
O natural movimento basta.
Página pós página se dobra, se vira à brisa da vida, no devido tempo, enquanto escorre célere a areia da ampulheta. Quando muito uma vírgula para que respirar possamos, ponto.
Ponto final é incógnita, no fim do pensamento descansa-se.
Nem sombra amena nem escuridão plena. Luz.
Luz sobre a terra, é isso que queremos.
Miremos o amanhecer, o crepúsculo, fitemos sempre
toda a luz na sua essência
sem indício de fim sugestivo.

Silenciamo-nos.
Do nada que diziamos silenciamo-nos.
E nos entreolhamos sorridentes e mudos.
a borboleta espiã... a serviço da psiquiatria, quem sabe!
Talvés.
Não sei se me orgulho ou me envergonho das loucuras que não cometi...
Sempre por falta de coragem ou pirraça.
Sempre fui omisso quando não submisso...
Mas vou vivendo nem alegre nem triste, às vezes, infitamente alegre por estar triste, por que mais forte que a tristeza é uma alegria oculta que em mim existe. Se do contrário fosse nem mesmo a tristeza deixar-me-ia triste. E a alegria, por mais alegre fosse não seria mais que uma alegria triste.


A loucura é doce porque temos domínio sobre seu paladar. Podemos dosar o amargo a tal ponto torná-lo mais doce que o doce amargo da doçura. Doçura que só se encontra na essência do amargor da ternura, no misto doce que compõe o sabor da amargura. O que é a vida senão uma misttura de sabores que nos engorda e faz crescer, nos fortalece para morrer? Enquanto vida temos, pois, depois da vida só a morte. E a morte é nada. Do contrário morte seria vida, ascensão. E toda filosoifia de ascensão que conhecemos é luz,, promessa, futuro, amanhã. Escuro por escuro, vazio por vazio, basta a negritude em si: o negativismo, o preconceito, o racismo, a soberba, o monstro megro que devora a consciência.

Silenciamo-nos para que do silêncio nos absorvéssemos.
A borboleta espiã a serviço da psiquiatria, talvés. Pairando como as pipas sob o céu mineiro no fim da tarde. Ou como nuvens que se projetavam para divertir nossos olhos. Talvés, essas borboletas, nuvens de inoscência, íntima, absorva nossos pensamentos tal qual crianças nos deixamos absorver e ser absorvidos pelas nuvens migrantes. E talvés a psiquiatria nos entenda sem nos absorver quando não possível nos é nos absorvermos sob núvens turbulentas.

A incerteza é um desafio para o homem, é um incógnita para o futuro a projetar-se na sua metamorfose incessante.
A borboleta lembrou-me minha pipa e o campo, e o campo o campo; a amplitude, o horizonte: o horizonte sensível, o visual, o racional; o alto, a brisa... estações.
O que vem após o segundo pensamento é filho com toda essência e superioridade do mesmo. Soberania plena de decisão.

O inseto fora ineficiente, nada dissemos; a psiquitra sim, sem camuflagem na consulta, direta.
O paciente vive, pensamos. Seu estado, louco, é a minha lucidez nítida, pensei, coitado.
Espiamono-nos espiões.
O paciente mais paciente; a própria paciência se deslumbraria horrorizada.
A traquéia firme, as sondas presas, o oxigênio circula e a alma aspira.
Quanto vale uma porção de ar? Quanto nos vale aspirar?

Sobre o fio da navalha quedamo-nos. São duas horas. Quedamo-nos almas, homens, insetos, incertos. Tanta certeza deixa o homem inseguro.
Se a luz se apaga...

Antes quero ver flores na laranjeira, aquelas.
O fio da navalha sobre o qual nos equilibramos é mais fino que a espada que degolamos o próprio pescoço. Por isso doi tanto viver; por isso vivemos.

Nem sombra nem escuridão; luz sobre a terra,
é isso o que queremos.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sombra e a Escuridão.



Saio as vezes pela calada da noite;
quieto, sozinho, vou sendo guiado pelo teatro das estrelas,
sem perceber vou me tornando parte da escuridão.
Caminho lentamente entre as sombras;
buscando de alguma maneira encontrar respostas para as perguntas do coração.
Sigo em frente, sozinho...
sem medo do que irei encontrar na solidão.
As ventanias da madrugada sussuram em meu ouvido;
enquanto os meu pés calejados vão seguindo o caminho.
Assim vou sendo guiado!
Assim vou seguindo um destino!
Movido entre dois mundos...
Movido entre dois destinos...
Movido entre a sombra e a escuridão.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sombras e Escuridão


SOMBRAS E ESCURIDÃO






Pairam sobre mim, espessas nuvens escuras,
Cobre meu corpo, o negro manto da solidão,

Num espaço onde há sombras e escuridão,

Que turvam os meus sentidos, em loucuras!

*

Minha alma se fez pequena e, naquele instante,

Me assaltou à mente, um pensamento insano,

Que fez de mim um Ser estranho, Ser mundano,

Saído das trevas, em ânsia louca, inconstante.

*

Os deuses, poisam a mão sobre meus ombros,

Doiram e iluminam meu rosto, com um olhar

Que me aquieta a alma, no peito a vibrar...

*

E um anjo negro, mensageiro da desgraça,

Perturba o meu espírito sereno, liberto,

Com seu olhar cativante, que senti por perto!

Por ALVARO OLIVEIRA.